sábado, 15 de janeiro de 2011

A PARTIR DE UMA VIAGEM, poema de Nimesh Nkhil, do Nepal

A PARTIR DE UMA VIAGEM

Atravessando a cadeia de estradas
Uma após a outra
Longe, muito longe
para as montanhas remotas
E planícies sem fim
Eu pisei sem querer no presente.
Pirâmides de ilusão
me envolviam em um labirinto.
Na verdade a minha jornada
ainda nem começou.

Nessa viagem
Eu carrego
Uma sacola de tristezas e felicidade,
divididas em compartimentos
bem ordenados
trazendo experiências de ganhos e perdas.
E na mala vazia
Eu busco a mim mesmo, e encontro
a solidão de sentimentos confusos
presos no fundo
como roupa amarrotada.
É embaraçoso dizer isso,
mas na verdade a minha jornada
ainda nem começou.

Música, poema de Anjali Chhetri, do Nepal

A magia de uma sequência de seis cordas
cai sobre mim como uma chuva suave
e afoga-me em uma profundidade de pensamentos
onde o mundo perde o seu poder.
Não há alegria nem desculpas por qualquer fato,
mas uma mera sensação de estar hipnotizado.
A confusão do mundo se dissolve
e tudo em mim fica equalizado.
O mundo corre mais rápido do que eu
e eu não posso manter o meu ritmo.
Eu doo para quem queira
todos os meus esforços desesperados.
Deito-me para assistir à pressa alheia.
Ouço essa mistura de música com batida do meu coração;
O mundo morre lentamente afastado.
Não há nada a possuir:
nem no passado nem no presente.
E o futuro é só abstração.
A música flui quando as cordas vibram
e aí eu posso ver
como a mentira é fabricada neste mundo.
Isso faz você correr o dia inteiro
mas , ao entardecer, nada mais lhe pertence.

Tradução livre do inglês: Jaime Leitão