quinta-feira, 6 de outubro de 2011

APóS A MORTE, poema do poeta sueco Tomas Tranströmer, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 2011

Uma vez lá , senti um choque
que deixou para trás uma longa cauda de cometa, cintilante.
Ele nos mantém dentro.
Isso torna tudo TV, neve , fotos.
A morte se deposita nas gotas frias e nos fios do telefone.

Ainda se pode caminhar devagar
em esquis
no sol de inverno
através de escovas, com algumas folhas penduradas.
Assemelha-se a páginas arrancadas de listas telefônicas antigas.
Os nomes foram todos engolidos pelo frio.

Ainda é prazeroso sentir o batimento cardíaco,
mas muitas vezes a sombra parece mais real do que o corpo.
O samurai surge insignificante
ao lado de sua armadura de escamas, dragão negro.

Tradução livre do inglês: Jaime Leitão

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