terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

DE FERRO, POEMA DE ELIZABETH BISHOP

Sozinha na ferrovia
no trem sem rumo na paisagem torta
Eu viajei com o coração disparado.
Os laços foram muito próximoss entre si
ou talvez muito distantes.

O cenário era pobre:
pinheiros e arbustos de carvalho;
a folhagem verde-cinza misturava-se
em um movimento de encontros e desencontros.
Eu vi o laguinho
onde a vida é suja e mente
como um velho ermitão,
que traz uma antiga lágrima
agarrada aos seus ferimentos
lucidamente ano após ano.

O eremita disparou a sua espingarda
e a árvore de sua choupana balançou.
Sobre a lagoa houve uma ondulação
e a velha galinha de estimação foi destroçada.

"O amor deve ser posto em ação!" ,
gritou o velho ermitão.
Do outro lado da lagoa, um eco tímido
tentou -em vão-
confirmar a sua fala.

Tradução livre de Jaime Leitão.



Nenhum comentário:

Postar um comentário