terça-feira, 2 de novembro de 2010

ÂNFORA- Poema de Slavimir Genchev- poeta búlgaro

Ânfora

No lamaçal amargo e cego -
Lugar esquecido por Deus
O pote antigo bóia
Entre o sujo
E o fétido
Em um mar de algas.


O homem se ajoelhou na cerâmica
Com as costas
Sobre um círculo também de cerâmica
Levou sete dias
Para ser capaz de criar aquela carne
Com a argila
De seu gênio.

Hoje, na rede do destino
Sua casca de toque
Abre a sua boca
com a memória do mel
E transpira vinho.

A ciência vai ter que suar
Para entender de onde
Ele retirou seus traços:
Elide, Roma ou Nikkei.

Mas todo mundo um dia assim
Na morte profundamente irá afundar
mergulhar
Ansiando por certa mão
que o afague na parte inferior
Onde se encontra
Rebocando-o
Do sujo
Das algas
Colocando-o
Em mar de glória
Para renascer ânfora azul
No eterno.


Traduzido por Teodora Gencheva do búlgaro para o inglês e tradução livre do inglês por Jaime Leitão.

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