segunda-feira, 15 de novembro de 2010

As formigas , poema da poetisa indiana Gagan Gill (1959)

As formigas haviam perdido o caminho de casa.
Andaram, fazendo as linhas entre o sono e os nossos corpos.
Sua farinha invisível permanece dispersa em sua memória, espalhada
em algum lugar ou tempo a ser resgatado.
Mantiveram-se em ir de um extremo ao outro da Terra
nessa busca incessante.
Penetraram os seus dentes
em todas as coisas vivas e mortas.
As tristezas da terra cresceram
tão leve e lentamente sobre a sua condição de caminhantes
que todas as direções passaram a girar
sem rumo.
Os pólos começaram a mudar de lugar.
Mas ninguém sabia dimensionar a tristeza das formigas
perdidas em sua peregrinação
que parecia não ter fim.

Tradução literal por Lucy Rosenstein.

Segunda versão para o inglês por Jane Duran.

Tradução bem livre do inglês para o português por Jaime Leitão.

Nota explicativa: Na Índia, acredita-se que os resíduos de sal ou farinha de trigo, por exemplo, descuidadamente deixados cair no chão, deverão ser levantados do chão em uma próxima vida com os seus cílios: um enfoque que os indianos dão em relação ao valor de cada coisa mínima no plano do universo.
Tradução livre por Jaime Leitão.

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