terça-feira, 2 de novembro de 2010

CHAMADA- poema da poetisa búlgara Elisaveta Bagriana

Eu estou aqui atrás de três portas fechadas
e minha janela é uma grade
sou pássaro de
alma voluntária –involuntária em uma gaiola
sem sol e
com espaço demarcado pela ruidosa sombra.

Ventos da Primavera são leves.
Ouço vozes que não me chamam.
Minha paixão me assombra
pela morte do crepúsculo que em mim mora.

Quero fechaduras quebradas em pedaços.
Devolva o meu caminho através de corredores escuros!
Sem espaços, mas com as minhas asas quebradas
E ainda sedentas por voos.

Jorram sons de fora incompreensíveis.
Por trás dessas três portas que me subjugam,
meu ardente apelo você ouve?
Por que não vem então?
A sua chamada é o meu último alento.

Tradução muito livre de Jaime Leitão

Nenhum comentário:

Postar um comentário