quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Canção do Lelo, poema basco

Poema basco, de autoria desconhecida, encontrado em um pergaminho, com vários trechos apagados e rasgados, no final do século XVI, pelo escrivão da Zornoza, J. Iñiguez de Ibargüen, numa biblioteca de Simancas, na Espanha, por encomenda da Junta de Biscaia. Há muitas partes obscuras até hoje.

1.

Lelo Morto.
Morto Lelo?
Herói Lelo Zara.
Mataram Zara Lelo.

2.

Os braços de Roma
quiseram nos quebrar
e Biscaia levantou
a canção da guerra.

3.

Octavianus,
Do senhor do mundo,
Lecobidi
da Biscaia.

4.

Pelo mar
e por terra
Ele nos colocou
o cerco.

5.

As planícies secas
são deles;
as altas montanhas
e as cavernas são nossas.

6.

Quando estamos juntos
O nosso coração
Bate em ritmo de força harmoniosa.

7.

Nossos braços iguais
Não têm medo
Mesmo com as nossas
Armas doentes, quebradas.

8.
A fome e o frio desgastam
Nossos corpos nus
Mas eles resistem
Sem perder o ritmo.



9.

Por cinco anos,
dia e noite,
sem cessar,
durou o cerco.

10.
Quando um de nós morre
Cinco dezenas de inimigos
Perecem.
Essa é a conta.



11.
Fazemos a paz
Mas eles insistem na guerra
E a recebem
Como presente.


12.

Na nossa terra
e na sua aldeia
são amarrados da mesma forma
os inimigos e as cargas de madeira.
13.

No impossível
Fazemos o possível
Dentro das nossas impossibilidades
Extremas.

14
Somos grandes carvalhos
Resistindo a ataques constantes
De pica-paus
Matreiros.

Tradução muito livre do inglês por Jaime Leitão

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