quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O Soldado Desconhecido, poema do poeta curdo Abdullah Peshew (1945)

Quando uma delegação estrangeira visita um país
leva uma coroa de flores ao túmulo
Do soldado desconhecido.
Se amanhã
Uma delegação
vier ao Curdistão
E perguntar-me onde está o túmulo
Do soldado desconhecido?
Eu direi, senhor,
Em toda parte,
Na vertente de cada rio
No banco de cada mesquita
Na porta de entrada de cada igreja
Dentro de cada caverna
Em cada pedra nas montanhas
Em qualquer árvore nos jardins.
Neste país
Em cada metro do céu
Em cada centímetro
Do espaço
Na memória de cada família
Nos objetos preservados em cada casa
Nos retratos
Nos soluços
Nas lembranças mínimas
Nos gravetos
Na areia do deserto
Há um soldado desconhecido
Para fixar a sua guirlanda.

Tradução livre por Jaime Leitão

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