sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Um Rouxinol, poema da poetisa Farzaneh Khojandi (1964), do Tajiquistão

Este pomar frondoso é um rouxinol,
um rouxinol cujas canções são o amanhecer
e me levam para a luz,
para as montanhas lendárias de Farhad ,
e para o local onde o louco Majnun conversa com um corvo
Como se fosse a sua amada.
Diz: -"Olá, linda!"
Olho para a caverna de sorte,
luminosa na solidão,
desfrutando de ouro
e de um paraíso onde Adão e Eva olham
para o grão de trigo e se perguntam::
"Vamos provar isso ou não?
Se eu fosse Eva, eu não provaria.
Graças a Deus eu não sou Eva porque a humanidade nunca mais
iria me perdoar por não pecar.
Ó minúsculo grão de trigo milagroso, ó pequena maçã do espanto,
O simples início de mim.
Há um rouxinol que canta através de minha boca e de meus pensamentos,
canta de volta para o início da memória.
Há um rouxinol voando para fora da gaiola do meu peito;
cantando agora à beira da manhã.
Eu estou saindo, eu estou indo embora, meu amigo.
Você tem que sentir o corpo da vida, espalhar a sua existência,
você deve se apressar,
você deve trazer para Farhad a inesquecível história,
A boa notícia sobre Shirin, sua amada,
você deve deixar as suas impressões digitais
na caverna de Zaratustra
e sentir na pele e nos lábios o gosto da luz
Para provar o grão de trigo do paraíso - ou não?. ..
Eu estou saindo, estou saindo agora
Para um outro espaço.
Sou rouxinol livre no meu voo.
Meu amigo, abra o seu coração para mim.

Tradução livre do inglês por Jaime Leitão.
O poema foi escrito originalmente no idioma farsi (persa).

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