segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Noite Silenciosa, poema da poetisa búlgara Dia Angelova (1973)

Qual é o ritmo do silêncio na noite?

Fria até o infinito
Faz um gato encolher-se
E enrolar-se até quase desaparecer.

Na linha de estrelas
Há um silêncio de solidão cósmica
Ninguém fala no ar
Não há sequer memórias.

Excluídas da noite densa
As palavras não existem.
E as coisas não têm nome.

Misteriosamente
As palavras pulsam sem história e sem existência.
Elas costuram discursos e passam interjeições
Entre si
Incompreensíveis.
Reflexões estranhas envoltas em fumaça.

Noite silenciosa
Nos círculos do universo
Não vá sempre
Você não vai ficar.

Não vá com a lua.
Não tente encontrar e sentir a respiração de alguém.
O abosolutamente nada libera uma brisa fresca.

Há rajadas de ventos invisíveis
Nascendo do silêncio.
O silêncio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário